Oficina de Treinamento Psicofísico e Mascaramento
Me. Caio Macedo
A Oficina de Treinamento Psicofísico e Mascaramento apresenta metodologias concebidas a partir da experiência de pesquisa etnocênica – “O Corpo Encantado na Performance Cerimonial Pankararu”, vivenciada na comunidade indígena Pankararu e Fulni-ô, por meio do projeto de dissertação de mestrado em Artes Cênicas no PPGA-USP, executado pelo próprio proponente desta oficina, Caio Macedo.
Mascaramento
A necessidade de ressignificar a matéria (corpo) e as abstrações que são consequência dos mecanismos do entendimento, fez com que as sociedades
desenvolvessem maneiras de se esvair que materializavam seus medos e suas crenças. Depositavam fé em objetos, instrumentos que eram adorados. Dessa forma transformavam suas crenças em meios físicos que possibilitavam a eles rever o vivido. O corpo, sendo o suporte dessa cultura, fundada primordialmente na oralidade é sujeito a diversas metamorfoses.
A parte da Antropologia que se dedica ao estudo das manifestações culturais performativas entende esse comportamento como um estudo às ações físicas do corpo em constante transformação cênica. Richard Schecher (2013) descreve os pensamento do antropólogo Victor Turner, sobre a antropologia da performance, como um estudo às expressões sociais que se completam por meio da externalização física das experiências vividas, criando a “performatifidade: a capacidade que os seres humanos têm de se comportarem reflexivamente, de brincar com o comportamento, de modelar o comportamento como “duplamente comportado’” (SCHECHNER, 2013, p. 40).
Formando um drama social, outro conceito desenvolvido por Turner, que identifica uma ação de suspenção na monotonia diária de um grupo, interrompendo suas funções normativas para a formação de um estado extraordinário de convivência, fazendo com que suas experiências se concretizem por meio da representação cultural, ressignificando a matéria em signos que espelham o comportamento cotidiano em uma realidade performática.
Ao cobrir o rosto com uma máscara, o individuo está ocultando uma identidade e revelando uma outra, quando essa ocultação é fruto de um consenso coletivo essa representação passa a anular o individual para revelar um símbolo social, sendo esse adereço um instrumento de personificação cultural, é um arquivo vivo para o estudo antropológico da performance social do povo que a veste.
Objetivo
Desenvolver um treinamento psicofísico, baseado na pesquisa etnocênica de mascaramentos indígenas na comunidade Pankararu e Fulni-ô idealizada por Caio Macedo no PPGA-USP
ESPECÍFICOS
- Apresentar a experimentação de uma metodologia de treinamento às artes cênicas, baseada em vivências de pesquisa etnocênicas na comunidade indígena Pankararu e Fulni-ô
- Realizar uma capacitação alternativa no treinamento de atores, baseada no processo de pesquisa em mascaramentos cerimoniais
- Incentivar os participantes à pesquisa do corpo pelas raízes culturais do próprio país
- Construir individualmente, por cada participante, uma máscara expressiva que será o ornamento principal de sua performance pessoal
Metodologia
Metodologia: Prática Física
Exercício em Sala
Promover partituras corporais e movimentações físicas que tragam os atores a um estado de presença mais consciente no tempo-espaço da prática do workshop e externalizar no corpo, os bloqueios físicos e psíquicos no expurgo exigido pela exaustão na prática da bioenergética
Metodologia: Prática Física
Exercício em Sala
Promover a execução de danças circulares baseadas em alguns dos Torés identificados durante a pesquisa etnocênica com os indígenas do Nordeste. Executar alguns dos jogos ritualizados nas performatividades que abrem a prática das máscaras na cultura Pankararu.
Metodologia: Prática Física
Exercício em Sala
Instigar a construção de uma “dramaturgia corporal” e individual, por cada um dos
participantes, que, no decorrer do processo, transformar-se-á no gesto de uma cerimônia pessoal que apresentará a performance de sua máscara (criada paralelamente à construção física da coreografia).
Metodologia: Prática Física | Roda de Conversa com Participantes
Exercício em Sala
Depois de cada dia de prática física, ao final de todos os exercícios os atores modelam figuras inconscientes em uma superfície oval de argila, de forma que todos os sentimentos durante a execução dos exercício venham a se materializar na obra plástica – máscara. Não se faz necessário que os atores imitem um rosto humano, a livre modelação do barro é o objetivo dessa etapa. Logo depois desse processo, os integrantes participarão de uma roda de conversas sobre as experiências passadas.
Metodologia: Prática Física | Roda de Conversa com Participantes
Exercício em Sala
Depois de modelada a figura de barro, os atores cobririam com pequenos pedaços
de papel seda e papel madeira, toda a superfície de barro, a fim de criar uma casca
que, ao ser retirada da estrutura de barro, adquira seu formato e possa ser levada
ao rosto. Logo depois desse processo, entraremos em uma roda de conversas
sobre as experiências passadas e a tradição das máscaras indígenas.
Metodologia: Prática Física | Roda de Conversa com Participantes
Exercício em Sala
Depois de existir uma estrutura possível de ser anexada ao rosto durante a
performance, faz-se o acabamento, em que os atores finalizam seus ornamentos
utilizando da tintura ou de outros elementos que acharem necessário para
completarem sua construção. Assim como todo o processo de construção, tudo o
que for anexado a máscara carregará uma simbologia consciente ou
inconscientemente de todo o percurso até então. Logo depois desse processo,
entraremos em uma roda de conversas sobre as experiências passadas
Metodologia: Prática Física | Roda de Conversa com Participantes
Exercício em Sala
Quando, por fim, a máscara estiver construída, a sua introdução no rosto de quem a
fez constituirá na iniciação da performance que desenvolveu paralelamente à
construção plástica de seu ornamento. Somente depois de sua utilização, essa
performance cerimonial irá se complementar. Logo depois desse processo, os
integrantes participarão de uma roda de conversas sobre as experiências
vivenciadas a fim de avaliar o todo o processo artístico.
Qual o investimento?
$250,00
Quando?
- 02/08, das 19h às 22h
- 03/08, das 14h às 17h
- 04/08, das 14h às 17h
Onde?
Rua Estevão de Almeida, 30 - Perdizes
Docente
Especializações
- Graduação – Teatro – Licenciatura. UFPE. 2012/2016, na cidade do Recife/PE
- Mestrado – Mestrado em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas
da USP – PPGAC, em 2017/2019. (Sobre uma pesquisa de dissertação referente a
performances cerimoniais de máscaras ritualísticas, na etnia indígena Pankararu) - Iniciação a máscara do Clown – Pela Cênicas Cia de Repertório, ministrada pelo professor
Rafael Barretos. Maio e Junho de 2012, na cidade do Recife/PE. - Curso de Interpretação para cinema – Realizado no festival Nacional de Making Of, com a professora e atriz Luciana Canton na cidade do Recife/PE
- Curso de Iniciação às artes circenses – Curso de formação em acrobacias aéreas e equilíbrio. Pela Escola Pernambucana de Circo, no ano de 2013 na cidade do Recife/PE
- Oficina com Antonio Januzelli – Projeto de extensão realizada no Centro de Artes e Comunicação da UFPE no departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística, na cidade do Recife/PE