Vamos direto ao ponto: racismo estrutural é um sistema de desigualdades raciais tão profundas que, enraizado nas instituições, acaba se tornando parte do próprio funcionamento da sociedade. Ele molda jeitos de pensar, de viver e até de sentir, tudo isso de forma tão naturalizada que, muitas vezes, nem se percebe. Parece exagerado? Vejamos!
O conceito “racismo estrutural” foi popularizado por Silvio Almeida, professor, filósofo e advogado brasileiro. Ele explicou esse conceito em seu livro homônimo, mostrando como o racismo está presente nas estruturas sociais e nas práticas do dia a dia, muitas vezes de forma invisível, normalizada, banal.
Desigualdade profunda
E o que, afinal, é desigualdade?
Desigualdades podem marcar a pele feito ferro quente, e a alma feito karma, levando o sujeito a um ciclo de repetição que não se apaga, ao contrário, se propaga.
Desigualdades não se referem às diferenças naturais, substanciais da vida na Terra. Desigualdade nos remete à falta de igualdade, ou seja, à ausência de condições iguais de partida, de um possível jogo limpo, de poder ter regras iguais para todos. É sobre igualdade de oportunidades, enquanto as diferenças são respeitadas.
Não é fácil falar de igualdades, desigualdades, racismos e racionalismos. As palavras se intercalam, as ideias se misturam, e o que sobra, além de ruído e confusão, é apenas angústia. Angústia por tentar explicar algo que machuca, que confunde, que atravessa a vida de quem sofre o racismo todos os dias.
Fala-se em privilégio branco, em desigualdades enraizadas, em discriminação sistêmica, em racismo estrutural… Esses termos podem ser estudados na filosofia, no direito, na sociologia. Mas, na psicanálise, o olhar é outro: os significantes são extremamente pessoais, do sujeito: aquele que se sujeita e é sujeitado pela ação dos outros.
Em linha com a clínica contemporânea, onde essas questões chegam envoltas por dúvidas e angústias de todas as cores e formas, o Instituto La Lettre apresenta o curso “Escutas em Ruído: Psicanálise Frente à Crise da Palavra e do Laço Social”.
No Módulo 3, vamos discutir “O Racismo Estrutural e a Subjetividade”.
Esse encontro é um convite à escuta dos efeitos psíquicos do racismo estrutural. Vamos refletir, com base em casos clínicos e textos teóricos, como a violência simbólica e institucional atravessa o sujeito. E como o analista precisa estar atento, ético e politicamente implicado para poder escutar isso.
Participe.
Clique AQUI para saber mais.




